Ahh, Kirby, uma série tão incrívelmente feliz que deveria ser utilizada para terapia, isso se não já foi e só não tivemos notícia sobre.
A série sobre a bolinha rosa começou com um sucesso enorme no GameBoy, mas só o jogo de Super Nintendo "Kirby Super Star" definiu de fato o que fazia um jogo de Kirby ser um jogo de Kirby, não pela capacidade do Kirby de absorver inimigos, mas nos vários modos de jogo que o mesmo oferece.
Sério, o jogo era famoso por ser "8 jogos em um"! Era revolucionário!
E apesar desses modos terem se afastado um pouco da franquia nos últimos anos em prol de jogos mais lineares, Kirby Triple Deluxe decidiu não só trazer isso de volta, como fazer o jogo ser uma sequência direta ao final de Kirby Super Star! E a pergunta real é: Ele é bom?
ELE É BOM DEMAIS É ISSO QUE EU TE DIGO
Mas dá uma lidinha no por quê antes de fechar a aba por favor.
Mundos nada típicos
Não só em jogos como em várias outras mídias, existem certos padrões que são criados com o tempo e seguidos por desenvolvedores sem um pensamento muito profundo.
Chefes levarem três hits para serem derrotados, personagens terem power-ups, mundos serem segmentados em duas fases e um chefe ou três fases com o chefe no fim da terceira, são exemplos de convenções básicas utilizadas para organizar melhor o design dos jogos de plataforma.
Isso não é algo ruim por natureza, afinal, não só são ótimos para uma organização maior na programação do jogo, como essas convenções não foram selecionados arbitrariamente pelos desenvolvedores, elas foram pensadas, criadas com um propósito.
Três hits para derrotar um boss não veio por um Jo-Ken-Po entre Miyamoto e outro desenvolvedor do time de Mario 3, foi feito porque assim temos uma idéia muito mais clara de progressão de dificuldade. A cada hit, o chefe se torna mais díficil de atingir, e assim a luta se mantém interessante, e é incrivelmente recompensadora no final, devido a intensidade da luta por essa mesma progressão.
PORÉM, esse mesmo padrão pode se tornar um fardo enorme, uma regra implantada inconscientemente na cabeça de desenvolvedores que os forçam a fazer o MESMO maldito jogo sem nem repararem. E um desses elementos que eu quero reforçar se mostra presente em Kirby: Return to Dreamland, o jogo anterior a Triple Deluxe, feito para o Wii. E esse elemento é: O tema dos mundos/fases.
Kirby: Return to Dreamland é um jogo muito divertido, não me entendam errado, mas algo importante a se notar é que ele fez algo completamente monótono quanto a seus cenários. Temos os gramados, a praia, o deserto, as geleiras, o vulcão, a seleção mais genérica possível de cenários. O que, novamente, não precisa ser algo ruim, afinal, ao longo dos anos desenvolvedores conseguiram se manter criativos com essa seleção, o que é um feito incrível por si só.
Imagine o tanto de jogos com esses tipos de fase envolvida, imagine agora com tantos jogos conseguir desenvolver algo novo nesse MESMO cenário? Não é pra qualquer um. Mas o ponto aqui é que isso com o tempo, pode cansar, algo que se tornou a realidade pra mim ao jogar ele logo após jogar Donkey Kong Country Returns, um jogo que saiu com pouquíssimo tempo de diferença desse e tinha a exata mesma seleção de mundos. Com tudo isso, eu imaginava que algo similar aconteceria em Kirby: Triple Deluxe. E eu estava certo?
O OLHO DO SEU RABO QUE EU ESTAVA CERTO
Apesar do primeiro mundo ser de fato em gramados, ele é feito assim com vários pontos similares a jogos anteriores do Kirby, para exemplificar como os novos poderes do Kirby vão afetar o seu ambiente.
Após essa introdução, o jogo simplesmente te BOMBARDEIA com mundos novos. Um mundo feito de brinquedos, doces, sobremesas, um mundo se passando em montanhas indo até templos e piramides Astecas, um mundo de lava e água misturados, um mundo invadindo e destruindo um castelo, fases dentro de um circo, fases entre dimensões, fases em nébulas, fases com cobras de ouro constantemente te atacando no plano de fundo enquanto foge da pirâmide, fases em trilhos de trens, é tudo tão novo e criativo, o tempo inteiro você é surpreendido, e isso nunca, NUNCA acaba, até mesmo quando o estágio É sobre algo já muito utilizado, como o mundo de neve (Que sinceramente, é o único que eu consigo pensar que é muito utilizado, com a exceção dos gramados).
Não só isso, mas algo que poderia muito bem ser gimmicky, como os controles de movimento do 3DS e até o uso do própio 3D, são usados de forma criativa que usam timing e percepção de profundidade nos estágios.
Como nós sabemos, gimmicks como movimento e efeito 3D podem ser usados da forma mais preguiçosa possível que ainda vão impressionar. Não interessa como se use o 3D, só do efeito estar lá, já vai chamar muita atenção, movimentar coisas ao movimentar o 3DS é a mesma coisa, mas os estágios desse jogo sempre fazem muito bom uso deles.
Por exemplo, gordos (Não eu, a bola com espinho de Kirby. Ela se chama gordo, mas obrigado pelo pensamento ir direto a mim! Mostra que se importa!) costumam vir em vários tamanhos, e em certas sessões, tem grandes, pequenos, e médios, todos juntos um do outro, porém é só olhando com a profundidade do 3D que é possível perceber que alguns pequenos na verdade são médios no plano de fundo, ou seja, não te causarão dano.
Enquanto isso, você pode se mover por cordas movimentando o 3DS para os lados, e pilares constantemente caem em sua direção, te forçando a ter o timing certo de movimentar o mesmo. Não só é algo inteligente, como o movimento necessário é bem suave, portanto não só o efeito de 3D não é perdido, como você não vai parecer um trouxa na visão de outros te vendo jogar.
Você sabe do que estou falando, aquele cara que virara o controle pros lados em Mario Kart achando que ia ajudar a virar o carro.
Esse cara.
Com tudo isso, eu não pude por um momento tirar meu olho da tela com esse jogo, em visuais, design dos estágios, tudo nesse jogo é agradável e interessante por ser NOVO, e me dá uma grande felicidade saber que é bem possível que essa seja a nova direção para platformers, seja da Hal ou da própria Big N.
Poderes novos que glorificam o que é divertido em Kirby
Vamos combinar algo antes de eu começar a falar disso: Você não precisa de nenhum dos poderes de Kirby. Absolutamente nenhum.
Você pode fazer tudo nesse jogo sem esses poderes, só sugando um inimigo e jogando em outro.
Aliás, é quase como se o jogo fosse feito só com essa idéia, e usar os poderes fosse como trapacear. Jogar o jogo com os poderes é como fazer um speedrun. Isso fica ainda mais evidente com os bosses. Eles tem padrões de desvio e um golpe que libera estrelas que você pode então engolir e atirar em seu ponto fraco. OU você pode só ficar parado na frente do boss com o poder de raio e segurar sua bola de eletricidade, mesmo que esteja tomando dano, até ele morrer. Você pode passar por esses inimigos no timing de pulo deles, mesmo que eles resistam a seu poder de sugar, ou você pode simplesmente usar a investida de fogo e atravessar eles, já que fica invencível por esse tempo.
Esses poderes deixam o jogo super desbalanceado, e por natureza, isso devia ser tedioso, você pode simplesmente atravessar o jogo com aqueles poderes, mas se esses poderes fazem algo, é deixar o jogo AINDA mais interessante, e por que isso?
Bom, eu diria que é por uma coisa chamada "Game Feel", que pra resumir bem a história quer dizer: Porque é divertido pra cacete fazer essas coisas, porque elas não são sobre desafio ou instintos e reflexos, são sobre a sensação gostosa que essas coisas dão. O termo vem do conceito do quão poderoso ou satisfatório é estar em controle de um objeto digital, e como podemos elevar isso dando mais possibilidades ao jogar.
Quando bem executado, essa sensação de controle pode carregar um jogo inteiro. Mario 64 tem muito disso, Sonic Adventure também. Em várias sessões de Sonic Adventure, especialmente com o Sonic você mal faz nada, você só segura o botão pra frente. A sessão da baleia, a sessão de descida da Speed Highway e Windy Valley, isso tudo deveria ser tedioso, mas é divertido demais, e por quê? Porque é incrívelmente divertido se sentir em controle de uma fuga ou corrida em alta velocidade daquela forma, mesmo que seja algo básico como controlar o personagem o forçando a ir para frente o tempo todo.
Kirby sempre teve muito disso, pois usar aqueles poderes variados mesmo que sejam desnecessários é ridiculamente divertido, e esse jogo GLORIFICA eles, deixa eles o mais poderosos possíveis e faz um show em cima disso.
Temos as formas novas Bell, Beetle, Archer e Circus. Bell permite fazer combos enormes com sinos e jogar rajadas em todas as direções, Bettle te dá um capacete de um besouro samurai, e te deixa criar um número ridículo de combos e agarrões com o chifre, Archer permite mirar em qualquer direção com uma flecha explosiva ou até atirar uma flecha ao ar que se divide em quatro delas e chove em direção aos inimigos, e o Circus te permite criar balões que explodem e machucam inimigos, pular por arcos de fogo e destruir tudo enquanto gira no ar, e fazer acrobacias e atacar tudo em volta e voltar a mesma posição que estava ao começar o golpe.
Esses poderes levam tudo que já era divertido no conceito de absorver poderes em Kirby e elevam a décima potência. É algo INCRÍVEL, deixa o jogo uma constante maluquice e deixa tudo ainda mais divertido!
Você pode atacar três inimigos de uma vez com seu chifre do beetle, ou destruir uma onda de inimigos com o poder do sino ou flechas, ou pode destruir vários inimigos em linhas horizontais ou verticais com mas manobras de circo e voltar ao mesmo lugar. Puro estilo e pura diversão!
E caso só por conceito essas coisas não sejam o suficiente pra te mostrar o quão apelão deixaram ele nesse jogo, eu apresento a vocês: HYPERNOVA!!!!!
Isso mesmo, a piada clássica do Kirby ter um universo dentro de sua barriga e poder sugar tudo virou verdade, Kirby agora tem um poder que o permite sugar TUDO na tela, nos dois planos da tela sem problema algum, e o que dizer sobre ele?
É INCRÍVEL!
Sugar vários inimigos de uma vez já te entrega uma sensação super gostosa, mas apesar de ter um game feel mágico, algo que eu falei mais cedo foi como eles poderiam simplesmente colocar isso como uma gimmick e não aprofundar nada esse poder, algo que poderia dar muitas possibilidades de enemy e level design, e esse foi meu maior medo. E eu estava certo?
O OLHO DO SEU RAB- vocês já entenderam.
O jogo tem puzzles, bosses, todos que giram em torno desse poder. Certos objetos não podem ser engolidos, mas sim arrastados com esse poder, mesmo sendo enormes. Certos inimigos são enormes demais para serem sugados, mas lançarão um projétil que você pode sugar e então com o timing certo lançar no inimigo, ou um item que precisa ser lançado pelo seu poder para o ar e precisa ter o timing certinho de quando o inimigo vai passar pela área que seu projétil possa o alcançar, é tudo, como o resto desse jogo, muito criativo, e nunca deixa de ser desafiador ou interessante!
Esse e todos esses novos poderes são algo que vangloria e homenageia tudo que é divertido sobre controlar essa bolinha rosa, e junto com os estágios criou uma experiência 100% nova pra mim, algo que me deixou claro que o time não teve medo algum de fazer só coisas inéditas e criativas, não precisou apelar para nostalgia, e ainda mostrou como a Hal continua com idéias fresquinhas na cabeça, idéias incríveis!
Tem tantos modos de jogo MEU DEUS DO CÉU QUANTOS MODOS DE JOGO
Então, aparentemente quando eles anunciaram que o jogo era uma sequência direta de Kirby Super Star, não era só na história do jogo, já que a cutscene inicial é a final do Super Star, mas também no sistema de milhares de jogos em um só! E isso é algo que não só eu adoro, como chamou a atenção de todos, vinha até na caixinha: Oito jogos em um!
E o que fez ele ter tanto sucesso? É que eram de fato 8 jogos em um! Não só um modo principal e 7 modos de minigames preguiçosos ou chatos. Tinhamos CINCO modos de aventura, com fases e estilos diferentes de jogo, e 3 minigames ridiculamente divertidos, um deles sendo básicamente um boss rush!
Esse jogo traz a mesma idéia, temos vários modos de jogos além do principal, temos o Kirby Fighters, um jogo de luta entre Kirbies/Kirbyes/Kirbys (Como eu deveria saber o plural deles?) muito similar a Smash, onde você seleciona seu poder, e então enfrenta outros Kirbies em várias arenas com poderes variados. (Hypernova excluído, é claro.)
Temos DeDeDe Drum, um modo com vários estágios de ritmo envolvendo nosso rei pinguim favorito! Que junto com o Kirby Fighters, se tornou um minigame tão popular que recebeu uma versão própia com mais estágios para a e-Shop! A versão própia de Kirby Fighters possui até mesmo um modo online!
Também temos a Arena, algo clássico da série Kirby, que é básicamente o Boss Rush do jogo, derrote vários bosses um seguido do outro, e então libere a TRUE ARENA, uma arena onde todos os bosses estão em formas ainda mais impossíveis chamadas DX!
E então DeDeDe Tour, um modo história que te faz passar por fases passadas da aventura de Kirby, porém com mais inimigos, menos itens de vida, e todos os bosses em sua forma DX, que inclui um final boss que vai fazer vocês fãs de Kirby: Amazing Mirror com o queixo caído!
Como sempre, é muito divertido experimentar todos esses modos, e com a exceção de DeDeDe Drum, nenhum deles sai muito da sua zona de conforto, o que é ótimo, afinal, ninguém gostaria de um modo só de aventura e o resto ser com jogabilidades completamente opostas ao que a série oferecCOFCOFCOFBIGTHECATNOSONICADVENTURECOFCOF.
Desculpa, minha tosse tá forte esses dias.
São todos ainda no mesmo controle básico de Kirby e fizeram o jogo pra mim, isso após uma jornada já longa com o própio Kirby. Minha mente acreditou que estava satisfeita até ter esses outros modos a disposição e perceber que não estava nem um pouco! Combinado ao fato de que esses modos te ajudam a colecionar os extras do jogo, esses modos criam um fator de replay enorme!
Kirby: Triple Deluxe foi uma surpresa incrívelmente agradável, talvez a melhor que eu tenha tido em muito tempo em jogos do gênero. Foi uma experiência nova e com diversão de começo a fim. Se esse jogo passou despercebido por você na linha de jogos para o 3DS, eu sugiro que ela entre nas suas prioridades agora mesmo, porque é uma novidade numa terra onde a nostalgia anda sendo abusada, e uma diversão como não tive em muuuito tempo!
E só isso por hoje, meus jovens!
Não se esqueça de comentar, seja aqui ou no twitter, e é claro, you can just...
Enjoy 'N Stick!
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