28 de jul. de 2014

A Lenda do Lobo Selvagem - A história de Fatal Fury - Parte 2!


E mais uma vez estou aqui pra continuar a história desses jogos lindos! Dessa vez, com Fatal Fury 2! Se você não viu a primeira parte, é bom clicar aqui!



Piada com o asiático do lado direito, ou com o Psy de bigode no fundo, ou com o ser indescritível na direita extrema? ME AJUDEM

 O ano é 1992! O sucesso do primeiro Fatal Fury não só permitiu uma sequência, como permitiu uma sequência com vários personagens que seriam em alguns anos ícones da SNK, junto com os primeiros protagonistas, Joe, Andy e Terry! (E alguns que seriam completamente esquecidos e com boa razão)

 O sucesso do primeiro jogo veio a partir de tudo que Fatal Fury fez para tentar se diferenciar de jogos da época, e tentar suceder o primero Street Fighter, que veio do mesmo criador... Claramente a sequência seguiria o que foi abandonado em Street Fighter, certo? Se tornando um Fighter único e diverso para seu tempo, sendo mais voltado para a estratégia de derrotar os chefes, do que personagens feitos para simular um jogador real?

... A resposta é não. O jogo virou um fighter comum, com vários personagens a serem selecionados, e toda o desenvolvimento com os bosses foi jogado fora. Admito que isso me deixou furioso à primeira impressão, mas é algo que eu vou ter que me acostumar. Se eles não tivessem mudado, talvez a série não tivesse continuado. Especialmente com o sucesso de Street Fighter II, que trazia exatamente esse sistema. Fatal Fury foi forçado a entrar no mesmo barco, e eu não os culpo por isso. Não é como se fosse um sistema ruim.

 Com o pouco de background que o jogo recebeu, vamos entender a história desse jogo!

 Após a "morte" de Geese Howard (Sequer spoilo algo falando que ele viveu a esse ponto da história?) um nobre alemão chamado Wolfgang Krauser von Stroheim decide fazer um novo torneio King of Fighters, dessa vez em escala mundial! Com lutadores de todo o mundo participando! Krauser procura o melhor lutador do mundo, ou seja, o campeão do torneio anterior, para roubar o titulo do mesmo.

 Quebrando um ou cinquenta ossos do rapaz ou da moça no processo, eu assumo.

 E falando em lutadores de todo o mundo, vamos ver quem são os novos guerreiros ao lado de Terry, Joe e Andy, que claramente entraram no campeonato pelo motivo óbvio de... Ahm....
 Manter o titulo... (?)

 ENFIM!


Temos 8 lutadores dessa vez! Nossos queridos heróis Terry, Joe e Andy retornam para chutar bundas, é claro, um dos vilões do antigo jogo chamado Raiden decidiu se redimir, virando Big Bear, um lutador de cara limpa, e provavelmente um dos humanos mais gigantes desse universo. (Esse cara é dois Terryes e meio, Jesus!), temos Mai Shiranui e Kim Kaphwan, dois personagens que ficariam rapidamente tão famosos quanto os protagonistas, até ganhando seu espaço em The King of Fighters! Kim seria conhecido como o personagem mais comum de todos os jogos de luta da SNK.

 Veja bem, estamos em um mundo onde velhinhos ficam musculosos num instante, americanos de boné criam faíscas ao socar o chão e dão giros no ar que desafiam qualquer lei da gravidade, temos gente fazendo tornados com um soco, velhinhos tarados que usam pizza como projétil, kunoichis que criam clones de fogo, entre vários outros absurdos.

 Kim luta taekwondo.
 ... E só.

 Tem que ser muito bom pra sobreviver num mundo desses, e ainda virar um dos mais queridos personagens da série!

 E  Mai Shiranui, acredito que todos conheçam também, é o simbolo feminino da SNK, ao lado de Terry e Kyo como simbolo masculino. Não só isso, mas seria no futuro a esposa de Andy, irmão de Terry! Lembram que no artigo passado, expliquei que Andy treinava o estilo Shiranui, e que os fãs reconheceriam o nome? Pois é! Andy treinou com o clã da Mai, e os dois acabaram se apaixonando, olha que graça!

 Outros personagens como Jubei Yamada e Cheng Sinzan foram esquecidos com o tempo por serem completamente aleatórios, Jubei era o clássico velho tarado e forte, que criaram quando tinham esquecido que Tung Fu Rue existe e é bem mais apelão. E Cheng Sinzan é o psy com bigode da capa, que só voltaria ao elenco em Real Bout Fatal Fury, e simplesmente para que pudessem  se gabar de um elenco grande. Ele na verdade treinou com Geese e Jeff sobre Tung, mas foi jogado para fora do treinamento por entrar em brigas de rua e outros negócios ilegais.

 Com todos esses personagens a sua escolha, vamos ao que importa em jogos de luta, a porradaria!


 A primeira coisa que se percebe ao ligar o jogo é como os gráficos ficaram estupidamente mais bonitos!
 Esses sprites não só eram detalhados como seriam a base de coisas clássicas na série, como os olhos do Terry serem cobertos (Pelo boné ou o cabelo), e as poses e expressões do Joe. Os cenários são riduculamente detalhados para seu ano, os personagens tinham mais frames, especialmente quando estavam em planos diferentes e pulavam de um para o outro ou até mesmo encaravam o seu inimigo para frente, a animação parecia estar em sua versão definitiva! Enquanto a Capcom lançava sua quarta versão de Street Fighter II (Já tinha feito um ano na época, sabemos que pra mente da Capcom uma semana é o suficiente pra uma criança se convencer de que precisa de uma cópia exatamente igual do jogo com um personagem a mais), eles decidiram evoluir de verdade tudo que tinham, recriando tudo, dando atenção a pequenos detalhes, e até mesmo algumas gimmicks que vou falar mais pra frente.



 Indo direto pra jogabilidade, Fatal Fury 2 finalmente aproveitou a configuração de quatro botões do NeoGeo, agora tendo dois socos e dois chutes, leves e fortes, isso não só cria uma nova camada de estratégia nos própios golpes, como cria dois níveis de especiais, os fortes que alcançam mais longe, mas demoram mais para serem executados, e os leves para quando o inimigo estiver avançando em você, além da adição de vários especiais novos e até mesmo um especial turbo quando sua barra de vida está pequena e piscando vermelho. Um dos vários antecessores dos especiais que fazem a tela piscar que nem doida enquanto o personagem faz algo fisicamente impossível com seu oponent-


... Não que eu possa reclamar de física em Fatal Fury.


 Veja bem, o jogo tem 8 personagens, e se eu fosse analisar cada um deles, esse texto demoraria meses pra ser escrito, visto que cada um deles tem pelos menos 10 variações de golpes que podem ser aplicadas em inúmeras situações, como fases que possuem dois planos ou não, então, vou falar um pouco apenas de um para dar um pouco do nível de profundidade do jogo. Nesse caso, nada mais justo que falar do meu favorito e o protagonista, Terry Bogard.

 Uma das coisas que esqueci de mencionar no primeiro artigo foi como o Power Wave de Terry era ridiculamente apelão, digo, olha só isso!

               

 Isso cobria um pedaço enorme da tela! O que complementa bem a idéia dos inimigos nesse jogo.
 Como eu falei antes, Fatal Fury 1 se foca nos bosses. Bosses esses que tem vantagens absurdas e obviamente golpes leves não seriam a solução para derrotar eles.

 Mas em Fatal Fury 2, os inimigos eram todos selecionáveis, simuladores de outros jogadores, e claramente um golpe desses seria uma vantagem absurda! Eles então decidiram diminuir o nível, e deixar o Power Wave mais comum, virando o Power Wave que conhecemos, a faísquinha de chão!


 Além disso, ele tem mais golpes, como um facão que não vai pra cima (?) e um especial chamado Power Geyser, que cria um pilar enorme de poder com o soco no chão. Esses golpes misturados a variedade deles com os socos e chutes dão um novo nível de estratégia. 
 Por exemplo, Rising Tackle no primeiro jogo era quase impossível de acertar. Visto que ele ia diretamente pra cima e a chance de algum inimigo pular no exato momento era mínimo. Mas nesse jogo, Terry dá uma pequena investida antes de girar, assim é possível levar o inimigo pra cima mesmo ele estando no chão sem precisar de alguma macumba!

 Outra coisa a ser mencionada é como o sistema de planos ficou mais importante nesse jogo, há uma camada inteira de estratégia para desviar de especiais, dar golpes com vantagens nessas cruzadas de plano para plano se torna uma pilha de nervos se não souber posicionar o pé ou mão direito. Além disso, há fases com pequenas adições, como por exemplo, a fase do Jubei Yamada, o velho tarado com a música mais irritante que eu já ouvi num jogo de luta tem biombos entre os dois planos, como mostrado acima. E ao pular, você quebra os mesmos. São pequenos detalhes que deixam o jogo mais bonitos e divertidos. E indo para os detalhes grandes, tem muitas fases onde nem é possível essa troca, como por exemplo, a fase de Laurence, que te joga em uma manada de touros ao invés de trocar!

 Esses pequenos detalhes podem parecer bestas, mas são coisas importantíssimas pra um jogo que mudou de estilo dessa forma, uma transformação de formato sem a adaptação de seus lutadores deixaria um jogo injusto. Imagine um jogo como King of Fighters, mas com a jogabilidade de Fatal Fury 2? Teria só dois golpes, e com o jogo não sendo criado em volta disso, seria mais e mais fácil perceber o quão duro são os controles, os sprites ficariam enormes e desastrados no meio de um cenário tão pequeno, desviar seria impossível, pular seria uma desgraça, quem gostaria de um jogo assim? 

.... Ugh...
 Mas enfim! Esse tipo de jogabilidade foi bem feito, foi bem cuidado, e tratado com o devido carinho, e por isso, o jogo é muito bem executado. A caixa de colisão é quase perfeita, os especiais tem animações melhores e mais satisfatórias, e mesmo dando o exemplo de apenas um, te garanto que se jogar o jogo, vai gastar horas querendo explorar tudo que os outros personagens tem a oferecer!

 E sobre sua finalização, depois dos inimigos normais, o jogo ainda apresenta 4 chefes pra gente, no mesmo estilo de Street Fighter II. E o menos eu agora posso assumir que com o Krauser teremos variações, como Laurence, um toureiro espanhol com um padrão bem criativo de luta, onde o personagem se foca puramente no contra ataque e nunca em seu ataque, como ele faz com touros, até te desviando do paninho vermelho pra te enfurecer. Nada muito difícil, mas desafiador!

Forte! Muito Forte! (Tá ai uma referência gratuita pra quem viu os ovas)


 Junto com ele temos Alex Hawk, uma tentativa de ter um wrestler/boxeador tão carismático quanto Raiden que parece esquecer que ninguém ligava pro Raiden até ele virar Big Bear, fazer o quê.

 E entre esses e o Krauser temos o-...


 GRRHRHHGMRGRG- SE ACALMA!!!!
 Se acalma, Guilherme, o jogo foi adaptado, você está bem mais equilibrado agora, com certeza eles fizeram questão de consertar ele, afinal, os sprites são menores, o bastão dele é men- ....

 O bastão dele se divide em 3.

 ... O bastão dele.

 Se divide em 3.

*Respira* Tudo bem, tudo bem... Pelo menos o sistema de planos vai me deixar ter uma vantagem contra esse bastão enorm-


 ... A fase não tem segundo plano...

 COMO?

 COMO?

 COMO DIABOS VOCÊS ESPERAM QUE EU CONSIGA DERROTAR UM SER QUE CONTINUA ALCANÇANDO A TELA TODA E AGORA É AINDA MAIS APELÃO?

 Não tem mais como derrubar seu bastão, então é impossível ter um momento de fraqueza pra derrotar ele, MESMO sendo um chefe (Eles sabiam que em alguma versão ele teria que ser jogável, uma das desvantagens de ter inimigos selecionáveis) Ele te alcança em qualquer canto, um dos seus golpes mais poderosos envolve ele te acertar até mesmo no AR A ÚNICA OUTRA DESVANTAGEM QUE ELE TINHA NO JOGO ANTERIOR E SE NÃO FOSSE RUIM O SUFICIENTE, ELE TEM UM ESPECIAL
UM ESPECIAL ONDE ELE VOA COM TUDO ATÉ O TOPO DO PLANETA GIRA A ÓRBITA E DESCE COM UM VOADOR SEGUIDA DE UMA BASTÃOZADA NA SUA CARA, E TUDO QUE VOCÊ PODE FAZER É DAR CONTINUE ENQUANTO SENTE A FÚRIA DE NÃO PODER TER FEITO NADA PORQUE ESSE PERSONAGEM É TÃO QUEBRADO QUE EU DUVIDO QUE TENHAM CRIADO ELE COM CARINHO E PAIXÃO PELO JOGO
EU JURO QUE TODA VEZ QUE EU TE VER EM KOF EU VOU TE DAR O PERFECT MAIS HUMILHANTE DA SUA VIDA BILLY KANE
EU PROMETO!

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH- 

Time Out é o único modo de vencer dele se você tiver sorte!
 AHHH.... Depois disso tudo, você chega no Krauser! Personagem que futuramente seria (Spoilers)  revelado como meio irmão de Geese!

 Ele é dificil, tem um projétil impossível de desviar sem trocar de plano, tira um dano absurdo com seus golpes, e luta em um cenário bem clássico, com pianos e orquestras no fundo, é algo digno de chefe final, é grandioso e épico.


 O desafio de manter o titulo de mais poderoso do mundo continua válido, o clima é até meio tenebroso, e derrotar esse peso pesado é mais ameaçador do que o Geese, em questão de build físico.

Não me gabando de dar perfect em dois chefes seguidos da SNK ou nada né.
Nada não...
Depois de dois rounds até que complicados, mas de uma maneira consideravelmente justa (Talvez seja o trauma do Billy, eu sei lá.)


 Terry então vira o mais forte guerreiro da terra, e continua em sua jornada caçando mais lutadores!

 E isso foi Fatal Fury 2, pessoal! Eu adoro esse jogo, ele pode ter se afastado do objetivo primário da série, mas para sua mudança, ele foi perfeito! Eu fico muito feliz de ter jogado esse jogo! (Com exceção do Billy Kane...)

 Mas mesmo com tudo isso... Mal Terry sabia que tinha muita coisa vindo...




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