5 de mar. de 2014

Épicos Sem Continuação - Parte 01

O Playstation One (SONY) foi certamente um console de sucesso e que marcou a infância e adolescência de milhões de pessoas no mundo, e se caracterizou pelo esforço de produtores e artistas visuais a criar novas fantasias e ambientes para fazer esse público tão grande escapar do tedioso cotidiano. Títulos de sucesso marcaram a geração através de Arcades, Puzzles, Games Esportivos, Platforms, mas principalmente os RPGs.

Contudo, parte desses games fez um sucesso absurdo mas não se tornaram populares o suficiente e também não tiveram aquela continuação que os fãs tanto desejavam. Pensando nisso, falar sobre os seguintes (dois) games provavelmente pode abrir a mente de algum fã ou empresário a incentivar ou começar um projeto para finalmente materializar algumas continuações.





Para começar, The Legend of Dragoon foi um RPG com temática bastante medieval (um típico RPG), mas que trouxe um sistema de combate único que dependia da percepção e dos reflexos do jogador para realizar os golpes e parte dos ataques mágicos com a maior eficiência o possível (apesar das batalhas serem ainda baseadas em turnos). A arte visual do game é bastante original. O Design de Personagens que misturava o estilo anime com o realismo, as paisagens naturais e as construções de vilas e cidades imperiais que te fazem mergulhar dentro daquele universo (principalmente se você conseguir jogar em uma tela de 50 polegadas) e o design de monstros, dentre eles os Dragões, foi feito sem qualquer restrição de forma física ou limites mágicos/elementais. Lembrando que todos os personagens e inimigos eram classificados por um dos oito elementos: Fogo, Água, Terra, Vento, Luz, Trevas, Relâmpago e Neutro.



O domínio da computação gráfica era assustador para a época, a equipe foi bastante esperta nos In-Game Renders e absurdamente eficiente na criação das Cinematics (mesmo que os lábios dos personagens não acompanhassem o que eles diziam), com textura e iluminação levadas bem a sério. Mas não adianta nada falar de computação gráfica e artes visuais sem mencionar mais um pouco do roteiro.

A história começa com Dart, um típico guerreiro (no começo, sem rumo) que voltava pra casa para descansar depois de anos em uma jornada caçando o lendário Black Monster, responsável pelo assassinato de seus pais e destruição completa de sua cidade natal, Neet. Sua jornada é interrompida quando ele encontra alguns soldados imperiais de Sandora, que estavam em trabalho de ocupação de várias cidades no continente de Serdio (para a expansão do império, claro) e por um Dragão que mais parece um inseto gigante: Green Tusked Dragon, Feyrband. Depois que Dart consegue sumir da vista de Feyrband, ele conhece Rose (outra personagem importante para o jogo) e descobre que sua "nova casa" foi completamente destruída. A partir disso, a nova jornada de Dart se desenvolve até ele perceber que todos os seus objetivos estão conectados.

Sem spoilers, quem é definitivamente fã do jogo entende que ansiedade é essa por mais: Por uma continuação desse épico que se passa no mundo medieval, mas que trouxe conceitos totalmente novos. Um game capaz de aumentar ainda mais a interação entre o estilo clássico de RPG e a adrenalina do combate e da estratégia instantânea e que apresente uma arte visual ainda melhor. Pra quem curte tudo isso misturado, e ainda curte muito a temática que rodeia os dragões, vale a pena dar uma olhada nesse game.



Daqui, para outro universo bastante similar, Legend of Legaia foi outro épico que não foi tão popular quanto poderia ser. É muito provável que a franquia tenha até perdido popularidade desde que saiu a continuação Legaia 2 - Duel Saga. Apesar de ter sim uma continuação, ela é praticamente um Reboot de todo o universo
criado pelo primeiro jogo. Também produzido pela SONY, o jogo conta com uma criatividade sem igual para o universo e o Gameplay, mistura o sistema de Deslocamento e Orientação no mapa, Sistema de Status, Equipamentos e Sistema de Níveis, clássicos de um RPG. Porém, o sistema de combate e turnos aproxima o game bastante dos Arcades.

Orientado pela estratégia de Itens, Ability Points, Magic Points e Golpes Orientados, o jogador experimenta uma teia de comandos que se desenvolve a cada ação que você escolhe, assim que a batalha começa. Como em The Legend of Dragoon, existem Combos que são na verdade técnicas com nomes. Essas técnicas são derivadas da combinação dos 4 comandos básicos (dois de soco e dois de chute), usam o sistema de Ability Points que é recarregado sempre que se usa o comando Spirit, que também aumenta a defesa de seus personagens. Lembrando que cada Combo usa uma quantidade determinada de Ability Points. O sistema de Magia depende das Ra-Seru que aparecem nos eventos do game e das Serus que você obtém, depois de derrotá-las em batalha, para que sejam "Summonadas" e ataquem seus inimigos.







Outro detalhe importante de notar é que o sistema de batalha de Legend of Legaia é ainda mais dinâmico e interativo porque os equipamentos que você escolhe para os personagens mudam os Renders de cada um em batalha. As armas podem ser trocadas entre os três, mas sempre existe o usuário ideal pra cada uma que você compra ou encontra (obviamente, as vestimentas não são trocadas entre eles). Além disso, as Ra-Serus dos protagonistas também mudam de forma, assim que mudam de nível (e para que esse tipo de evento aconteça, você deve apenas seguir o jogo). Caso você se esqueça de como fazer novamente aquele combo perfeito para eliminar seu oponente, existe uma "Lista-Gabarito" com os nomes de cada um e, abaixo, a sequência de como realizá-lo.

Na história do jogo, Seru e Ra-Seru são dois dos elementos chave para entender toda a história que rodeia Legaia. Ambas são criações de Deus para ajudar os humanos a sobreviver no mundo, visto que havia muitas criaturas brutais que colocaram a espécie humana em risco de extinção. Basicamente, são figuras que parecem ser feitas de pedra, que quando se unem a um indivíduo, garantem-lhe super força, agilidade e até habilidades e técnicas originais. Ra-Seru é um termo que define apenas Rare Seru, que tem poderes ainda maiores e não se deixam ser corrompidas tão facilmente pela Mist (que é o problema do jogo inteiro).

Vahn é um dos três protagonistas que foram escolhidos por Ra-Serus para eliminar a Mist e combater Seru e criaturas malignas. Os objetivos são bem simples, mas é no desenvolver da história que são reveladas as ambições mais podres de seres humanos que, por consequência, causaram muita desgraça e destruição (como pode ser observado em cenários macabros que aparecem desde os primeiros minutos de jogo). Felizmente, o baixo domínio gráfico e os traços de anime amenizaram consideravelmente qualquer cena grotesca e sangrenta em potencial, o que garantiu a Legend of Legaia uma restrição de público ainda menor.

Novamente, sem muito Spoiler, Legend of Legaia merece uma continuação que seja 100% fiel também nos gráficos e no gameplay, onde nota-se facilmente uma mudança absurda. Uma continuação que também conseguisse ser fiel ao estilo 3D de um anime, que seguisse todas as propostas de Gameplay à risca, sem se desviar do caminho na construção de personagens e também de cenários. Mas principalmente, uma continuação que tentasse problematizar ou mostrar o "Novo Mundo" após os eventos finais. Mas como já foi feito um Reboot, os fãs certamente tiveram que se conformar com a morte de uma franquia super interessante.

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