Ano de 2003. A série X não tinha mais terminado em Mega Man X5 com a Capcom tendo feito o X6 as escondidas de Keiji Inafune, porem, com o final do Zero em X6 já tínhamos uma possível ligação a série Zero que já tinha se iniciado desde 2002.
A série X parecia ter oficialmente se encerrado, mas Inafune não poderia simplesmente deixar terminar em X6 que ele nem mesmo sabia da existência antes de lançar, foi então que começou um novo estagio de ligar as duas séries a sua maneira, começando com a história da Elfwar em Mega Man Zero 2 e iniciando um novo jogo da série X: E assim nasce Mega Man X7.
Aqueles que esperavam uma nova aventura de X com seu parceiro Zero, teria uma surpresa e tanto com esse jogo.
Para o abalo dos fãs, a história começa com X se aposentando dos
Maverick Hunters, deixando de lado as lutas e colocando seu lado
pacifista em primeiro lugar, o personagem passa a demonstrar uma
personalidade mais sentimental e menos racional, que podemos ver
principalmente quando ele rejeita qualquer possível ajuda de Axl com os
Maveirck Hunters.
Então você pergunta:
"QUEM é Axl?! E porque ele roubou o posto de personagem principal do X?"
Com X se aposentando, ele não poderia mais protagonizar o jogo, então quem poderia? Zero está fora de questão justamente por ele já estar protagonizando toda uma nova série naquela época. E é ai que entra Axl. O que podemos chamar de "3º membro" dos protagonistas. Sua personalidade descontraída serve para "quebrar" a personalidade séria dos outros dois personagens.
Axl fazia parte de um grupo de vigilantes chamados Red Alert, liderados por um Reploid chamado Red, eles estavam cuidando do aumento da criminalidade depois que X saiu da linha de frente dos Maverick Hunters. Inicialmente cuidavam apenas de Mavericks, mas um certo dia o grupo mudou, passando a agir como Mavericks. Percebendo isso, Axl decide se retirar da Red Alert.
Vendo tal decisão, Red envia um Mechaniloid gigante atrás de Axl, porem, o garoto é salvo por Zero que o leva para a sede dos Maverick Hunters.
Red contacta os Maverick Hunters e os desafia, tendo Axl como premio. Sem o famoso Mega Man X para lutar, está nas mãos de Axl e Zero acabar com tudo isso.
Praticamente o jogo todo somos forçados a usar apenas a nova dupla Axl e Zero, sendo capaz de jogar com o X apenas após salvar um certo numero de Reploids feridos, convencendo o robô Azul a dar uma chance ao Axl, tornando nosso ex-protagonista (Somente nesse jogo) como um personagem secreto.
A mudança radical na posição dos protagonistas foi o primeiro abalo dos fãs da franquia, ninguém esperava um novo personagem "usurpando" o papel de protagonista de X em sua própria série, embora já tínhamos visto algo parecido em Mega Man X4 onde a maior parte do enredo girava em torno de Zero.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que a Capcom faz essa "jogada". A série Legends possui um jogo chamado The Misadventure of Tron Bonne que não é protagonizado pelo Mega Man daquela série, Volnutt, e sim pela personagem Tron Bonne. A diferença aqui é que o jogo da Tron é um Spin-Off enquanto X7 é um jogo principal.
Além de existir uma grande diferença entre X e Axl, sendo o primeiro mais justiceiro e sério enquanto o segundo é mais uma criança alegre e imatura. Zero como parceiro aqui cumpre um papel de quem deve "cuidar" dos passos de Axl, pela imaturidade do garoto, não podendo sempre manter sua postura de herói que age de forma solo. Ele é praticamente uma babá do Axl, como o mundo da voltas...
Todas essas mudanças foi um dos motivos para o jogo ser tão odiado, mas o motivo mais forte com certeza está no Gameplay.
Capcom estava ciente de que estava introduzindo a série em uma era 3D no PlayStation 2 e decidiu seguir com isso.
Não era tão recente o pensamento que muitos fãs tinham de jogar um Mega Man em um ângulo totalmente 3D, algo que já tinha iniciado em Mega Man Legends, porem, como a ideia havia sido rejeitada na época do PS1 em Legends, esperava-se algo mais elaborado dinâmico e mais puxado para o estilo de sempre da série. Mega Man X7 traz tudo isso, porem, não soube usa-la muito bem.
Começa pela jogabilidade lenta, a movimentação dos personagens não é tão dinâmica como se esperava. Andar por todo um cenário pode dar a sensação de lerdeza e de peso. Nem mesmo o Dash chega a agilizar, podendo dar uma certa frustração para o jogador acostumado com os últimos jogos.
O ângulo 3D atrapalha muitas vezes, principalmente para quem utiliza muito o Zero, onde seus combos não são tão efetivos e fica muito exposto atrás e dos lados.
X, por se tratar agora como um personagem secreto, consegue ser o personagem mais apelão do jogo, até mesmo sem a armadura. Seu tiro carregado é gigantesco ocupando boa parte da tela, e a mira automática só ajuda ainda mais.
Axl é um X "mais fraco", utiliza tiros de longe, porem ele não faz Charge Shot e sim vários tiros fracos seguidos, usando a formula de gatunos: Menos força, mais agilidade.
Os gráficos ficaram bons em Cel shading, porem é uma pena não terem utilizado muitas cenas com ele, a maioria das cenas são com figuras estáticas que vem ocorrendo desde X5.
A música é um ponto alto em Mega Man X7. Embora quase nenhuma musica do jogo seja icônica, elas são bem feitas. Destaque para: Awake Road Again, Underground, Ruins'n Vains, Our Blood Boils, Stage Select 1 e 2, Conclusion e Revealing. Este ultimo foi refeito e utilizado futuramente na primeira fase de Mega Man X Command Mission.
E claro, não poderia esquecer do tema Japonês do jogo: Code Crush, cantada por Rina Aiuchi. Eu particularmente considero uma das melhores temas da série junto de Monckey (X5), e Don't Wanna Be (Maverick Hunter X). E a voz feminina da Rina da um bom tom na melodia se tornando uma das mais lindas.
Outro problema que podemos encontrar em Mega Man X7 é uma "regressão" no quesito conteúdo se comparado a tudo que foi introduzido na trilogia PS1.
Em primeiro lugar, X não começa mais com a sua armadura do jogo passado, ou seja, nada de Blade Armor em X7. Se não bastasse temos somente uma armadura neste jogo, enquanto nos dois jogos anteriores tínhamos um total de quase 4 armaduras. Sim, nada de Ultimate Armor em X7. E para piorar, X7 é o único jogo a não possuir uma musica própria de quando você encontra uma cápsula.
A armadura de X7 se chama Glide Armor, ela parece ser uma evolução direta do estilo de linha de armaduras que haviam tendo na trilogia SNES, ela possui uma habilidade de pulo, desta vez, ela "plana" no ar. Já seu ataque especial é o velho Giga Crush de Mega Man X2.
X7 também tem a ausência de Black Zero, fazendo Glide Armor ser a única coisa "especial" no jogo, claro, fora o fato do X ser um personagem secreto e desbloqueavel.
Além disso temos a inexplicável falta do Z-Saber que X herdou do Zero no final do X5, alias ,não se sabe se o sabre que o Zero usa no jogo é a que estava com X ou a nova que ele obteve no X6, visto que no novo visual 3D o sabre tem a forma "bastão" mas não exatamente idêntico ao que era no X6. De qualquer forma, isso nunca foi realmente explicado em X7 e nenhum jogo posterior, X simplesmente passou a usar somente o Buster de novo.
Também não há mais "finais alternativos" que tinha desde X5. O jogo te levará para o mesmo final, a diferença é que agora após a ultima cena contra o vilão final (Obviamente estou falando do Sigma) o jogo irá te mostrar um epilogo diferente dependendo de qual personagem acertou o ultimo golpes em Sigma, embora, nenhum deles seja realmente relevante (De nada adianta continuar com a historinha de Zero se perturbando com o destino de enfrentar X se já sabemos o futuro e que aquilo que ocorreu em X5 jamais irá se repetir de novo).
Porem o jogo introduziu o sistema de duplas na franquia que caiu como uma luva em jogos posteriores (Ou posterior... Porque parou no X8). Você agora é capaz de jogar com DOIS personagens ao mesmo tempo em uma única fase, o que faz sentido, isso aqui não é Cavaleiros do Zodíaco onde todo mundo tem que se separar e lutar no 1 x 1.
Mega Man X7 é de fato o jogo mais fraco da série X. Seja pelas mudanças dentro do elenco e no roteiro ou por sua jogabilidade com vários defeitos. Conseguindo fazer a proeza de ser até hoje o jogo mais criticado da franquia, com exceção do atual Xover, coisa que nem mesmo Legends conseguiu já que com o tempo a série ganhou uma legião de fãs que por muitos anos pediram por um Legends 3.
Já que a fanbase de Mega Man é bem menos preconceituosa com mudanças comparada a outras como as de Sonic por exemplo, visto que até mesmo os jogos mais diferente como a linha Battle Network/Star Force possui uma legião de fã e muitas vezes respeitam entre si os estilos diferentes, deixando assim Mega Man X7 em uma situação um tanto preocupante.
O problema do X7 não para por ai, o jogo é tão mal olhado pelos fãs que ele foi capaz de influenciar a falta de sucesso de jogos posteriores, desde X7 os fãs de Mega Man não confiam em um jogo da franquia em 3D que não seja Legends, assim, subestimando ou não dando uma chance a jogos incrivelmente bem feitos como Mega Man X8, Maverick Hunter X e até Powered Up. Alias, Mega Man X8 foi o que mais sofreu com isso, com sua falta de vendas ter como fonte a falta de confiança que X7 trouxe sobre essa transição do 2D para o 3D.
Mas em minha sincera opinião, mesmo sendo um jogo "ruim" dentro da franquia, ele não é um jogo ruim se comparado a muitos outros jogos por ai. Vale a pena tentar jogar, principalmente se você gosta de acompanhar todo o rumo da história da série X, além de que nem tudo é inútil, as vezes é preciso errar para aprender a acertar, e os erros do X7 foram a experiência da Capcom para os acertos do sucessor Mega Man X8, que é um ótimo jogo embora não vendeu por falta de chances, então vale a pena dar uma olhada nesse jogo, você ainda pode encontrar alguma diversão e um bom desafio, principalmente tentando enfrentar o chefe Flame Hyenard.
E é isso pessoal, ficamos por aqui. Em breve trarei outra Review (Quem sabe de outra franquia). Até depois!
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