4 de mai. de 2014

Pokémon Adventures - Explicando as diferenças com o Game

E ai pessoal! Tentando fugir um pouco do meu assunto persistente de Mega Man, vou falar hoje sobre Pokémon... Mas não sobre os games em si, e sim sobre uma de suas adaptações em Mangá: Pokémon Adventures.


Na verdade minha intenção era falar e explicar o porque de algumas mudanças em adaptações em Mangá de Games, porem, cheguei a conclusão de que... Isso não seria possível, a grande maioria parece não possuir uma explicação coerente para tais mudanças, alguém por acaso consegue explicar o porque do Mangá de Mega Man Zero ter distorcido TANTO a história do Game desde o primeiro capítulo? Acho difícil...

Mas Pokémon Adventures é possível, muitas das mudanças, pelo menos até a 3ª geração é possível compreender o porque de tais conteúdos diferentes com o Game.

Essa postagem era para ser daqui duas semanas mas para comemorar o fato de que o mangá finalmente será publicado aqui no Brasil, resolvi trazer mais cedo. Falando nisso, resolvi passar para frente a ideia  de quem quiser, ir até a pagina da Panini no Facebook ou qualquer outro contato com ela para avisa-la de não trocar os nomes dos personagens Green e Blue, acredito que muitos são a favor disso, portanto, quem quiser ajudar vá em frente.

Agora voltando ao assunto da postagem...

Eu sinceramente quero fazer isso pois tem muita gente teimosa que vê Pokémon Adventures como uma história independente ou paralela, mas não entendem que ela tem sim a função de contar a história dos games, assim como Mangás de Mega Man tem a função de contar a história dos games de Mega Man e os Mangás de Kingdom Hearts tem a função de contar a história dos games de Kingdom Hearts. Assim como isso é comum em vários outros jogos, Pokémon Adventures não é uma exceção a isso. Os personagens desse mangá são sim os mesmos do Game, obviamente, adaptados.

E embora ele tenha certas coisas diferentes dos games, eles possuem motivos de ser assim. Irei explicar todos, um a um. Claro que nem tudo possui realmente um motivo, afinal, é uma adaptação... As pessoas precisam entender que como uma adaptação, Pokémon Adventures está sujeito a "fillers" e modificações, é igual você comparar o Anime e o Mangá de Os Cavaleiros do Zodíaco, vai notar muita coisa diferente, mas ainda é a tentativa de contar uma mesma história e não duas histórias distintas, diferentes e independentes.

Mas antes de explicar elas, primeiro vou explicar melhor sobre o Mangá para aqueles que não conhecem.

O que é Pokémon Adventures?



Pokémon Adventures, ou Pokémon Special no Japão, é um Mangá escrito por Hidenori Kusaka e ilustrado por Mato e mais tarde por Satoshi Yamamoto.

O seu diferencial é que ele é uma adaptação que possui o intuito de contar a história dos jogos de forma mais fiel possível, respeitando várias mecânicas das batalhas e acontecimentos. Ele também consegue manter o enredo de forma séria mostrando que até mesmo um Pokémon é capaz de se machucar gravemente ou morrer.

Esse diferencial acabou sendo o atrativo para o publico, visto que até então as pessoas só conheciam o Pokémon Anime como adaptação, e quando a pessoa se aprofunda na franquia, descobre que o anime de fiel tem é absolutamente nada e por fim, fugindo do ambiente infantil do anime, acaba descobrindo esse Mangá que se torna o maior atrativo para vários fãs depois dos Games.

Pokémon Adventures também se diferencias dos outros Mangás da franquia, visto que a maioria tem a tendência de fazer uma história original com personagens originais. E aqueles que tentam usar personagens de games tem uma fidelidade menor que Pokémon Adventures.

É claro que sempre vai existir aquela "maldição" da liberdade de adaptação. Quanto mais tempo um outro autor trabalha na adaptação de uma história, mais ela vai desviando de seu caminho. Pokémon Adventures não é exceção a essa regra e atualmente sua história acaba sendo bem diferente do Game, principalmente no arco Black 2/White 2. Porem, os primeiros volumes você consegue sentir claramente a essência do jogo ali.

É claro que atualmente, esse Mangá já não é mais a adaptação mais fiel do game, visto que o especial Pokémon Origins consegue ser ainda mais fiel. Mas ainda assim Pokémon Adventures continua tentando contar a história dos games atuais e daqueles que ainda vão vir futuramente.

Agora vamos ao que realmente interessa...

Diferenças e seus motivos:

1- Red e seu design. 



Ok, a primeira coisa que alguém questiona é o fato da aparência do Red não ter nada a ver com as artworks dos games com exceção da roupa.

Bom, eu particularmente prefiro ele com a aparência do Mangá, é bem mais estiloso. Mas não há nenhum mistério aqui, não é simplesmente "porque o autor quis", se fosse, outros personagens também seriam bem diferentes.

O que acontece é que o design original do Red nos games é idêntico ao Ash Ketchum, só mudando o fato que usa jaqueta vermelha. Ou melhor... Ash é que é idêntico ao primeiro design do Red no game.

Imagine se tivessem mantido o Red assim:

Está começando a entender? Algumas pessoas não entenderiam que Red e Ash são pessoas diferentes e achariam que o Mangá é uma adaptação do anime, sendo que o Mangá quer fazer exatamente o contrario, se diferenciar do anime sendo fiel ao game, e esse design do Red só atrapalharia.

Não é só o Mangaka que pensa assim, mas a Game Freak em si também se preocupa com isso, tanto que nos remakes da primeira geração nos games o personagem Red também sofreu redesign:




Mas você deve se perguntar: "Porque não usaram esse novo design depois?"

Acho que o motivo é óbvio, a aparência do personagem já tinha sido estabelecida no Mangá, não tinha como fazer essa mudança radical nos volumes seguintes. Portanto, Red no Mangá Pokémon Adventures obteve uma aparência diferente, mas ainda é o Red.
Enquanto Ash Ketchum que é idêntico a aparência do Red nos primeiros games, não é o mesmo personagem... Cuidado para não dar Tilt no Cérebro.

2- Blue antes dos Remakes.



Só para deixar claro. Quando falo Blue, falo da garota. Quando falo Green, falo do Rival. Odeio o padrão americano nos dois, não faz o menor sentido.

Muitos devem se perguntar, como é possível que essa personagem exista no Mangá antes mesmo dos games Pokémon FireRed/LeafGreen existir.

Bom, na realidade a personagem Blue era para existir nos primeiros games de Pokémon, ou seja, desde o inicio era para ter a opção de escolher o sexo do protagonista que você vai jogar. Mas ela acabou sendo descartada no meio da produção... Ainda assim ela apareceu em uma das Artworks dos jogos, porem, de costas:

Embora seu rosto nunca tenha sido devidamente revelado naquela época, várias revistas faziam artes dela. Não era muito dificil de adivinhar visto que os traços de Ken Sugimori tem caracteristicas bem únicas, fazendo variar apenas a franja de uma arte para outra.

Mesmo que ela tenha ficado de fora dos games, ela foi devidamente introduzida no Mangá, fazendo assim, o primeiro conteúdo que o Mangá usou ANTES dos games. Mais tarde Blue receberia um redesign para os remakes FireRed/LeafGreen e finalmente poderia ser jogável, sendo apresentada nos games anos depois do Mangá.

Algumas pessoas chamam a personagem de Leaf. Mas isso é apenas um nome dado por fãs por causa de um dos arquivos do jogo possuir esse nome e era onde se encontrava os dados dela. Como ela é um simples redesign de seu primeiro modelo nos primeiros games e não uma personagem inédita, possivelmente seu nome verdadeiro se mantém no padrão de cor como os outros dois personagens: Red e Green.

3- Padrão de iniciais.

É muito comum, principalmente para os americanos, imaginar Red com um Charmander e Green (Blue para eles) com um Squirtle, por causa do nome.
 E por isso acabam estranhando as escolhas de iniciais no Mangá: Red com Bulbasaur, Green com Charmander e Blue com Squirtle.

Na verdade já existia uma oficialização de quais iniciais eram de quem, graças a imagem oficial de Ken Sugimori:





O Mangá somente seguiu a mesma formula:

Além disso, é natural que Red tenha um Bulbasaur, visto que esse inicial é o Pokémon Nº 001, ideal para o primeiro protagonista da franquia. Como Green é o rival, é obrigatório que ele pegue o inicial com vantagem, assim, pegando o Charmander. Já Blue pegaria o inicial que sobrou, ou seja, Squirtle.

É claro que todos que assistiram Pokémon Origins recentemente viu Red iniciando com um Charmander, assim como Green iniciou com um Squirtle. Exatamente nos padrões de pensamento dos americanos.
Acredito eu que seja exatamente isso, essa escolha foi para que, na hora da nomeação dos americanos, os iniciais acabem batendo com o nome dos protagonistas. Bom... Não é a primeira vez que tentam fazer algo em Pokémon para agradar os gringos... Não sei se podemos ver isso como um Retcon, não é como se Ken Sugimori ainda fizesse artworks desse tipo para os games.

Também existe uma padronização a partir daqui para os iniciais dos protagonistas futuros, mais especificamente os protagonistas masculinos. Sempre segue uma ordem: Grama, Fogo e Água.

Red - Bulbasaur
Gold - Cyndaquil
Ruby - Mudkip
Diamond - Turtwig
Black - Tepig
Lack-Two - Oshawott
X - Chespin

4- Os primeiros Pokémon não são os iniciais.

Algumas pessoas notam que o protagonista sempre já possui um Pokémon antes mesmo de obter seu inicial. Algo que não é verídico nos games.

É meio difícil encontrar um motivo para tal característica no Mangá, talvez para mostrar que eles são treinadores prodígios (O que de fato, eles são).

Mas ao menos existe significado por traz da escolha de tais Pokémons, bom, ao menos sei apenas de alguns deles.

Red e Poliwhirl:

O Mangá introduz Red como um treinador que possuía um Poliwhirl antes mesmo de possuir seu Bulbasaur e sua Pokédex. Ele na realidade já tinha esse Pokémon desde pequeno enquanto o pequeno monstrinho era um Poliwag, e no decorrer do Mangá o Poliwhirl viria a se tornar um Poliwrath.

O significado por traz desse Pokémon ser o primeiro do Red é justamente o fato de que a linha evolutiva de Poliwhirl é o Pokémon preferido de Satoshi Tajiri, o criador da franquia. Para ser mais especifico, Poliwag é o Pokémon preferido dele.

Gold e Aipom:


Aipom é um dos primeiros Pokémons de Gold que ele criava antes mesmo de possuir o Cyndaquil. É um Pokémon icônico de Gold junto de Typhlosion e Pichu.

O significado da escolha de Aipom para Gold é provavelmente porque ele é o primeiro Pokémon na ordem alfabética na época da segunda geração. Dando a ele de uma certa forma o papel de "primeiro" em uma das listagens.

Outros personagens como Ruby e Diamond também possuem um ou mais antes de obter seu inicial, mas eu sinceramente não achei significado por traz deles.


5- Líderes de Ginásio na Equipe Rocket



Essa é bem criticada. O fato de personagens como Sabrina e Lt. Surge estarem trabalhando para a Equipe Rocket é muito usado como argumento para as pessoas que veem Pokémon Adventures como uma história diferente do Game, mas não é bem assim...

Tente excluir tudo o que você já viu dos líderes de ginásio até hoje na sua mente, e visualiza somente a época que Pokémon Green/Red/Blue existiam. Agora usando isso como base, tente descrever os líderes de ginásio de forma detalhada em suas diferenças de personalidade e modo de vida para que possam ser personagem cheio de profundidade e objetivo em um Mangá.

Não consegue não é mesmo? Naquela época, os líderes de Ginásio eram NPCs simples, sem muito detalhe de quem eram e como eram. Você ainda conseguia pegar alguma coisinha no seu modo de falar ou de pequenas informações de outros NPCs pelo ginásio, mas nada que fosse o suficiente para torna-los personagens de uma história com mais detalhes.

Por causa disso, foi preciso "expandir" esses personagens de alguma forma. E por isso que alguns deles viraram membros importantes da equipe vilã, dando a eles um pouco mais de "plot" do que o game naquela época dava. Claro, se o Mangá começasse a ser feito hoje, isso provavelmente não voltaria a se repetir.

6- Eevee com três evoluções ao mesmo tempo.

É comum acabar estranhando o fato do Eevee do Red poder evoluir em Jolteon, Flareon e Vaporeon temporariamente. Ele tem uma metamorfose rápida perto das pedras evolutivas mas logo volta ao normal se afastando delas. Isso é, obviamente, contra o método das evoluções no Game, afinal, isso não existe lá.

Claro que isso é explicado no Mangá, esse Eevee é um experimento da Equipe Rocket para que pudesse usar o poder das três pedras e não só de uma, o que aumenta as possibilidades de seu potencial.

Mas ainda assim não é desculpa não é mesmo? Afinal, isso não existe no Game.
Mas talvez o que o Mangaka queria fazer é... Não ter que puxar sardinha para nenhuma das três evoluções. Até onde eu sei, não existe uma Artwork do Ken Sugimori especificando qual Eevolution o Red tinha pego... E o motivo era óbvio, Red não pegou nenhum dos três no game, seu Eevee se tornaria um Espeon como podemos ver na ultima batalha de Gold/Silver/Crystal.

E no fim das contas, o fato do Eevee poder sempre voltar ao normal acabou vindo a calhar em evolui-lo para Espeon mais tarde, o que se tornaria sua evolução definitiva. Não sei se isso foi uma jogada de sorte ou se Hidenori Kusaka tinha pego informações disso diretamente da Game Freak.
A questão é que no fim, isso acabou ajudando.


7- Thu-Fi-Zer



Ok, aqui temos a coisa mais bizarra da primeira saga do Mangá e a MAIS criticada de longe. Thu-Fi-Zer ou Zapmolcuno é a fusão das três aves lendárias, se tornando uma espécie de quimera completamente estranha com cabeças, asas e patas das três. Acabou sendo resultado de um dos experimentos da Equipe Rocket e é o que podemos chamar de "Final Boss" do arco da Silph Co.

Isso certamente é uma ideia bizarra, não existe esse evento no Game, nem de longe as Aves lendárias tem a ver com o ataque da Equipe Rocket na Silph Co. e obviamente não é possível fundir as três aves lendárias. O conceito de fusão nem existia em Pokémon na época, e só veio a existir com Kyurem na 5ª geração.

Eu sinceramente não sei dizer o porque de terem feito isso, realmente não vejo nenhum motivo. Mesmo que fosse para trabalhar mais as aves, acho que cada membro da ER usar uma ave já é o suficiente, não? Não precisava...fundi-las.

Mas nem de longe isso aqui faz o Mangá não ser uma adaptação do Game, é apenas um filler, nada mais.

8- Yellow e Emerald

Você fica olhando para os protagonistas e reconhece todos eles, afinal, você os seleciona nos games. Mas então dois personagens te chama a atenção: A garota Yellow e o garoto Emerald.

Os dois levam nome dos games, mas... Você NUNCA os viu nos games. Mesmo re-jogando você não os encontra e fica se perguntando: "DA ONDE SAIU ESSES DOIS?"

Na verdade, Yellow e Emerald são personagens fillers, pior, protagonistas fillers... Afinal, possuem suas próprias sagas.

Eles são os dois únicos protagonistas fillers do Mangá até agora e as suas existências vem de problemas na hora de adaptar algo do game. O mais comum entre os dois é o fato de que não há mais protagonista dentro do jogo para levar o nome dos games restantes, então precisam inventar um novo personagem para preencher essa vaga. Mas não é somente isso... Vou especificar de forma separada entre os dois.

Yellow:






Yellow é a primeira protagonista filler do Mangá e ironicamente, protagoniza a segunda saga. Ela é colocada como uma espécie de... argh... par romântico do Red.

Só um minuto, por favor...


(Red s2 Hinagiku forever)

Não, sério... Eu detesto a Yellow e o fato dela ter sido colocada como par romântico do protagonista mais foda do Mangá. Já não basta ela ser filler, ela ainda por cima é Maria Macho, com direito a se fingir de garoto duas sagas seguidas e até o tio dela a trata como um menino. Qualquer personagem feminina dentro daquele Mangá seria um par melhor do que ela para o Red. E eu culpo tudo isso... ao anime.

"Como assim você está culpando o anime?!"

Pode parecer estranho mas... A existência do Anime é basicamente a consequência indireta que criou a Yellow. Calma, vou explicar melhor...

Antes de começarmos a falar o "X" da questão, vamos começar do inicio...
Como sabem no Japão os primeiros jogos foram Pokémon Green & Red, certo? E aqui no Ocidente recebemos Pokémon Red & Blue, ok?

A maioria erroneamente interpreta que foi trazido para cá Pokémon Red e que o Green foi modificado para ser o Blue. Mas não, não foi isso que aconteceu.
Na realidade temos Pokémon Green & Red no Japão e depois veio a terceira versão: Pokémon Blue.

A partir DO Pokémon Blue foi feito as duas versões americanas: Pokémon Red & Blue. Ou seja, o Pokémon Red que possuímos nada mais é que um Pokémon Blue Japonês modificado. Tanto é que dentro dos dados do jogo possui o que seria uma... "chave" que por código é capaz de alternar entre as duas versões: Red e Blue. Ou seja, são o mesmo jogo, e não dois diferentes (Falo em questões programadas e não o fato de terem o mesmo conteúdo in game).

Muito bem... Já havia sido lançado no Japão as três versões que hoje em dia estamos acostumados a sempre receber nas gerações: Green, Red e Blue.

Agora é que a influencia do Anime entra no meio... Muita gente, principalmente o pessoal do ocidente, interpreta Pokémon Yellow como "a terceira versão", mas isso não é verdade. Pokémon Yellow é um quarto jogo, mais especificamente um Special Edition.

Pokémon Yellow é um jogo feito para homenagear o anime com alguns conteúdos tirados dele. Ele nem de longe foi feito com a intenção de ser uma versão mais completa de R/G/B, tanto que todos os acrescemos de Pokémon Yellow não existem nos remakes FireRed/LeafGreen.
Além disso, como é que ninguém nunca notou o que estava escrito no nome inteiro do jogo?
Pokemon Yellow Version: Special Pikachu Edition

Mas jogo é jogo, não é mesmo? E lá vai Hidenori Kusaka tentar encaixar Pokémon Yellow no Mangá...
Era um jogo inesperado que só veio a existir pela fama recente do anime. Já existia os três games e três personagens canon usando os nomes deles. O que sobrou para "Pokémon Yellow"?

O Mangá não poderia seguir a proposta completa do jogo, afinal, o Mangá não é o anime. E alguém precisa usar esse nome "Yellow"... E é ai que veio a solução de criar uma personagem completamente original que tem um Pikachu como Pokémon principal. Uma personagem que passa o Mangá inteiro como um garoto para revelar ser uma garota apenas no final e ainda enfiam goela a baixo a personagem como par de Red, sendo que já estava sendo colocado que Misty teria esse papel.

Conclusão, se não fosse a tentativa de homenagear o anime, não existiria Pokémon Yellow, consequentemente não existiria um nome sobrando, não existiria saga Yellow e não existiria Yellow.

Emerald:





Emerald também veio a existir pela falta de personagens que pudesse ter esse nome. Ok, na realidade, o caso dele é menos complicado que a Yellow, porem, um pouco absurdo.

Na realidade nós TEMOS três personagens para representar os três games Pokémon Ruby/Sapphire/Emerald. Que seriam Ruby, Sapphire e Wally. 
E de fato, Wally chegou a usar um Grovyle, o único inicial que tinha sobrado até então na saga e se envolveu no despertar de Rayquaza, o mascote da versão Emerald. 

Porem... Por algum motivo difícil de se entender e que me faz rir e ter ódio ao mesmo tempo é que... Wally não recebeu Emerald no nome, nem mesmo como um sobrenome de ultima hora. E por causa desse fator um tanto estranho, resolveram criar essa figura nova chamada Emerald.

Tudo bem que a Yellow teve todo um esquema e motivo por traz de sua existência. Mas o Emerald era um personagem que podia facilmente ser evitado de existir.

Eu até poderia tentar ignorar a existência desses dois personagens, afinal, são fillers. Não importa o quão tentem enfiar a Yellow do lado do Red, nos games, o único par para ele é a Blue. Como sempre foi com todo garoto e garota protagonista nos games.

Mas o que mais deixa difícil de ignorar isso é que... Temos outro "problema" de adaptação, que é quando o autor começa a se apegar mais a suas próprias criações do que as que foram adaptadas, e eu critico bastante essa característica, algo que costuma acontecer na Archie Comics por exemplo.

Yellow por exemplo, não só foi colocada como par do primeiro protagonista e o mais icônico, como também sempre que aparece tem alguma grande importância.
Já Emerald foi mais longe ainda, no fim de sua saga é feito um torneio com todos os protagonistas até o momento e... Ele é o vencedor.

Não, sério, temos vários protagonistas canon, Red é até hoje o NPC com Pokémons de maior nível não contando a mudança de nível de B2/W2 e lutas especiais de LV100, e eles simplesmente... Colocam que o protagonista filler é o cara que venceu, é o mais forte, o mais talentoso.

Não sei vocês, mas o cara que está lendo o Mangá com os sentimentos que ele tem dos personagens dos Games, não vai sentir absolutamente nada com isso, somente o vazio. Tudo porque o Mangaka teve uma preferência maior pelo personagem que ele criou...

9- Falta de coletar Insígnias. 



Bom, sabemos que isso não é verdade, afinal, Sapphire e Platinum enfrentam líderes de Ginásio. Mas de fato, personagens como Gold, Ruby e Diamond que exercem o papel do "player", como em suas características na história, não chegaram a agir como treinadores que vão atrás de Insígnias. Afinal, como estão no mesmo papel do jogador no game, seus rumos só continuariam após eles vencerem certos ginásios, o que não acontece no Mangá.
Gold está concentrado em perseguir Silver, Ruby está focado em ser um Coordenador e Diamond também seguiu um pouco o rumo das Contests.

O motivo disso é que a história ficaria muito repetitiva se o personagem principal sempre estivesse atrás das insígnias, por causa disso as vezes essa função ficava com outro protagonista, como foi o caso da Sapphire que exercia a função da vizinha no Game mas era quem ia até os Ginásios.

Claro que essa característica foi longe demais, tendo três gerações seguidas de personagem principal que não ligava em ir para ginásios e somente em Black/White isso voltou.

10- Elite 4 maligna.



No arco R/G/B tivemos a ausência da Elite 4 de Kanto, que teve apenas um rápido aparecimento no final. Eles fizeram sua devida aparição somente na saga Yellow... e como vilões.

Isso de fato foi desnecessário e poderiam ser o desafio final da liga Pokémon antes da ultima batalha Red VS Green.

Mas o motivo disso provavelmente está ligado a tudo aquilo que eu falei da saga Yellow, não só tiveram que se virar para uma nova protagonista para encaixar o nome, como também precisavam inventar algum conteúdo, e ai é que usaram a Elite 4, transformando eles em antagonistas com todo um objetivo a ser detido para que a saga Yellow pudesse ter seu plot.

11- Máscara de Gelo

Algo notável na saga Gold/Silver/Crystal no Mangá é que o antagonista principal não é o mesmo dos Games. Enquanto nos games os antagonistas são executivos da Equipe Rocket, no Mangá temos Máscara de Gelo, que mais tarde revelaria ser o líder de ginásio Pryce.

O motivo dessa mudança é simples, o conteúdo dos games da segunda geração na época não era o suficiente para criar um antagonista principal. Na segunda geração antes dos remakes, os executivos da Equipe Rocket compartilhavam do mesmo Sprite de batalha mesmo sendo pessoas diferentes, isso dificultaria o mangaka de trabalhar com isso, por isso ele fez os personagens Carl e Sham baseados nos sprites comuns dos executivos e criou um líder original, Máscara de Gelo, assim facilitando na adaptação da história.

12- Carl e Sham não são Archer e Ariana

Como dito antes, os personagens Carl e Sham (Os dois de cima na imagem) são personagens vindos dos Sprites comuns dos executivos da ER nos games da segunda geração. Nos remakes dos games da segunda geração, HeartGold/SoulSilver, tivemos a aparição dos personagens Archer e Ariana (Os dois de baixo na imagem) que nada mais são que redesign dos sprites comuns de executivos dos jogos originais, enquanto para diferenciar dos outros executivos, foi dado uma aparência nova a Petrel e Proton.

Mas então, se Archer e Ariana nada mais são que redesign dos sprites que Carl e Sham foram inspirados, tecnicamente eles não deveriam ser a mesma pessoa? Sim, deveriam, pelo menos nos games isso ainda é verídico... Mas no Mangá foram colocados como personagens diferentes.

O motivo disso é que não só foi a mudança de visual que tornaria as coisas não muito naturais, mas também o fato de que os personagens tem nomes diferentes... Veja bem, nos Games de Gold/Silver os executivos não tinham seus nomes exibidos, e por isso, foi preciso dar um nome a eles no Mangá, que acabou sendo Carl e Sham.

Mas veio o remake da segunda geração dando a eles nomes oficiais como Archer e Ariana e com uma proposta bem diferente de como Carl e Sham foram colocados no Mangá. E por isso a melhor escolha foi fazer com que os quatro fossem personagens distintos.
É claro que poderia simplesmente ter mantido o nome já dado no Mangá e ignorando os nomes do game, mas isso levaria a outra corrente de problemas que já existe com os protagonistas e seus nomes de versões... Fazer isso pela segunda vez seria um problema, não?

13- Remakes sendo tratados como sagas separadas.



Uma característica notável do Mangá é que a cada novo Remake nos games, é feito uma saga se tratando disso como uma espécie de continuação da geração original a esse remake.

Pode parecer estranho pois um jogo original e seu remake são exatamente a mesma história com extras a mais. Só que... São esses "extras" que precisam ser trabalhados, eles não existiam naquela época que a saga foi feita e por isso precisam ser encaixadas em algum momento, para isso é feito uma nova saga com o nome dos remakes, eles não recontam a mesma história, somente pegam as partes extras não usadas para serem contadas.

É uma ideia legal, sem falar que essa é a única oportunidade de um antigo protagonista voltar a ser personagem principal.

14- Nomes

Mais uma característica do Mangá que costuma ser usada como argumento de que ele não é uma adaptação do Game. Mas essa é um tanto ridícula, diga-se de passagem. Basicamente o pensamento do povo é que:

Todos os protagonistas do Mangá seguem a formula de que precisam ter o nome de uma versão do jogo, sendo que nos Games, isso só foi usado nos personagens da primeira geração e que por terem nomes diferente, são personagens diferente...

Ok, eu até concordaria com isso porque no anime temos por exemplo Gary Oak, que não é o mesmo personagem que Green Oak (Embora os americanos insistam em usar o nome de um no outro, erroneamente) mesmo um tendo sido baseado no outro.

Mas esse caso em especifico, isso não é verdade, a mudança de nomes no Mangá não torna eles personagens diferentes do Game. Na realidade isso foi mais um problema de necessidade...

Na primeira geração tivemos personagens chamado Red e Green (Blue no ocidente), além da garota cancelada que se chamaria Blue.

Quando veio a segunda geração de Pokémon, o protagonista e seu Rival NÃO receberam nomes oficiais naquela época. Alguns chamavam o protagonista de Jimmy por causa de sua contraparte no anime, mas era óbvio que esse não seria o nome dele caso fosse revelado.

Hidenori Kusaka teve que se virar com essa situação e como tais personagens costumam ter algo que chamamos de "Beta Name", um nome provisório usado normalmente em arquivos ou Scans de revistas, e esses Beta Names são sempre versões do game... Ele interpretou que os personagens sempre iriam seguir essa regra. O que infelizmente para ele, não se tornou verdade e veio a terceira geração onde tivemos personagens com seus nomes revelados logo de cara e não era o nome das versões, o garoto era Brendan e a menina era May.

Mas já tendo iniciado tal formula duas gerações seguidas ele simplesmente decidiu continuar com isso sem se importar com a situação de nomes nos games, até porque, os Beta Names ainda viriam a ser usados nas Scans de qualquer jeito, logo, tais nomes não deixavam de ter uma ligação com tal personagem.

Essa questão de nomes foi uma necessidade do momento que simplesmente continuou, e ainda é preciso desde os dias de hoje, veja bem, o rival da segunda geração que chamamos de "Silver" e o rival da quarta geração que chamamos de "Pearl" ou "Barry" (Por causa do anime) não possuem seus verdadeiros nomes revelados até hoje, tornando ainda necessário seguir essa formula.

Já o personagem "Gold" só viria a ter seu nome oficializado como Ethan, anos mais tarde com os Remakes. Algo que, obviamente, o Mangaka não poderia esperar.

Bom, agora você já sabe o motivo de tais mudanças, e quando ver alguém questionando elas já saberá explicar o motivo. Pokémon Adventures é um Mangá que tenta contar a história de seu jogo principal assim como qualquer outro, suas características próprias por não distorcerem radicalmente o conceito dos games, não deixa de ser a história do jogo contada da forma do autor.

Acredite, existem Mangás com distorções piores que ainda assim são reconhecidos como adaptações diretas de um jogo, o Mangá de Mega Man Zero é um exemplo disso.

Pokémon Adventures já foi, por anos, a adaptação mais fiel dos Games já feita, para muitos foi uma compensação da continua falta de fidelidade do anime. É claro que hoje em dia temos algo como Pokémon Origins que faz esse trabalho de uma forma melhor e que as sagas mais atuais de Pokémon Adventures se desviou bastante do caminho, mas isso não mudará a importância que esse Mangá teve para quem sempre quis ver os personagens dos Games falando e tendo suas aventuras em uma outra mídia.

Bom, ficamos por aqui. Semana que vem trarei mais coisas legais. Até mais. \o


2 comentários:

  1. eu concordo com vc no fato do emerald, eu acho que nao deveriam ter criado ele mas ter dado espaço ao wally para que fosse o personagem que conhecemos como emerald, mas a saga yellow(na minha opiniao) foi umas das melhores pois foi a unica (alem de emerald) que n seguiu a historia do game o que faz ela ser fodastica pois é cheia de originalidadeso que meio que sai fora de contesto o fato dela ter '' super poderes'' mesmo assim continua sendo super foda.
    acho tambem que o fato do nome dos personagens ser o msm das versoes do jogo traz mais pro universo do manga e nos distancia mais dos jogos o que é uma coisa boa pois tira os leitores do universo do jogo e faz o manga ter sua propia ''originalidade''

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