15 de jun. de 2014

Review: Shaman King - Master of Spirits (GBA)


 Yoh (HAHAHA, Sacaram? HAHAhaha...) Galera! Tá na hora da review de um jogo muito recomendado por dois amigos meus (Abraço pro Vinix e pro Diego!): Shaman King - Master of Spirits, para o GBA. O jogo foi produzido pela Konami, então foi feito com Castlevania em mente (Mais especificamente o Aria of Sorrow), e o jogo claramente mostra isso durante seu gameplay, mas isso entraremos em outra hora, por enquanto, vamos começar pelo começo!



Enredo
 Para entendermos a história desse jogo, devemos entender o que é Shaman King, e para você que não conhece, vou dar um pequeno resumo:

 Shaman King conta a história de Yoh, um garoto de 13 anos preguiçoso e calmo até demais, que pode usar o poder de seres vivos que faleceram com o desejo de luta, e até mesmo conversar com eles, esse tipo de pessoa se chama Shaman, e pelo mundo há vários deles.

 A cada 500 anos, ocorre um campeonato chamado Luta dos Shamans, onde guerreiros de todo o mundo competem pra virar o Shaman King, que pode ter qualquer desejo seu realizado. Yoh entra nesse campeonato pra poder trazer a paz ao mundo e impedir seu irmão Hao de destruir os humanos, deixando apenas esses fantasmas para viver na terra.

Com esse pequeno resumo, o jogo começa com Yoh relaxando em sua casa com sua noiva (arranjada pela família) Anna, quando uma figura chamada Magister aparece, querendo roubar o Tome of The Shaman, livro que pode ajudar a invocar esses guerreiros, para ressucitar um espírito chamado Mephias e trazer a destruição do mundo; Anna se recusa, e Magister se vê obrigado a usar a força, separando o Tome em várias páginas e as espalhando pelo Japão.

 Após esse evento, Yoh precisa viajar e coletar todos os Tomes, que caíram nas mãos não de bandidos, não em trituradores de papel, NÃO na rua pra ser amassado por carros, mas nas mãos dos personagens principais da frânquia!

 Conveniente, não?!

 Falarei mais pra frente do final do jogo, mas, para alguém que viu o original e alguém que NÃO viu o original, posso garantir que essa história não é digna de sua atenção, é algo bem bobo, e o que te cativar nesse jogo definitivamente não vai vir desse novo vilão, nem da sinopse do jogo em si. Com isso dito, a idéia abre portas para um fan service (O tipo bom do mesmo) enorme para os fãs da série. Não é o melhor apelo do universo, longe disso, mas serve o propósito do jogo.

Gráficos
 Ok, estamos falando da Konami aqui, e todos sabemos o quanto ela deu atenção aos gráficos em seus tempo de GBA/DS, não? 

 Como era de se esperar, os gráficos desse jogo estão muito bonitos, especialmente para um jogo de GBA, os sprites são coloridos e vivos, bem polidos e animados, os inimigos também recebem muita atenção, e as animações dos especiais, as artworks as vezes podem ficar um pouco pixeladas por culpa do GBA, mas no geral, eles conseguiram disfarçar, impedindo aquela quebra de perspectiva criada ao ver algo totalmente pixelado em um jogo tão bonito.


 Os cenários as vezes podem cair na repetição e falta de criatividade, alguns estágios do jogo, principalmente das ruínas, podem se demonstrar muuuito vazios e sem originalidade, mas o jogo mais que compensa nos dando fases muito vivas e criativas, como as tumbas, a fábrica, e as primeiras fases mais baseadas em cidades ou gramados, detalhando tanto o solo como as plataformas, e o fundo do mesmo.

 Gameplay
 Ok, chegamos ao principal de qualquer jogo, sua jogabilidade! E, apesar de fazer uma referência aqui e ali (Esse jogo É feito aos moldes de Castlevania, afinal de contas), vou tentar analisar esse jogo como um titulo sozinho, como se eu não tivesse jogado nenhum Castlevania antes de jogar esse jogo.

 O jogo se divide em estágios, ramificados ao invés de seguirem uma linha reta, que ao longo do jogo vão se conectando até virar um grande mapa interligado, é uma ótima idéia, e o que sempre quis para jogos desse tipo, uma evolução mais adequada do que um grande hub com seções de plataforma aqui e ali. Apesar de funcionar em 3D, pode ficar confuso as vezes em 2D, e separar em estágios únicos não só permite plataformas mais complexas como também deixa tudo muito mais organizado.

 Mas com dito conceito, é preciso muito planejamento. Como falei, a plataforma é sacrificada para que o acesso dos dois lados seja possível, e com estágios isso é desnecessário, mas já que são ramificadas, como fazer para que a plataforma se mantenha vindo de ambos os lados?

 No caso, esse jogo se separa em setores, onde as primeiras fases tem o mesmo caminho em média tanto de ida quanto em volta, enquanto as ultimas e mais difíceis fases costumam ter atalhos para a volta, mas como o jogo se separa em estágios e não em um grande overworld, é possível criar plataformas até mesmo para esses atalhos, deixando o jogo intrigante no nível certo, sem aquele tédio de ter que voltar uma grande porção do jogo.

.... Na maioria das vezes.

  As vezes o jogo pode te forçar a voltar algumas fases que apesar de não serem difíceis, podem ser chatinhas e até mesmo demoradas, mas não acontece com tanta frequência, ao menos não ao ponto de quebrar o jogo.

 O sistema de batalha é baseado no seu combo de 3 golpes e o poder desses guerreiros de que mencionei anteriormente. Como você usa eles? SHAMANdo eles, é claro. AHAHAHHAHAHAHahaha... 

 Mil perdões.

 Usando o R e o L você pode chamar esses guerreiros pra ou aparecerem e atacarem o inimigo ou te darem o própio poder, como o principal de Yoh, Amidamaru, um antigo samurai falecido, que dá poder a sua espada, permitindo um corte apelão, um corte apelão com um ALEX FULL no final, e um combo de cortes apelões. Ou por exemplo, Mic, uma onça que te dá o dash desse jogo, ou até mesmo Togekaroh (Lagartixa, pelo que soube da versão Brasileira) que te dá o poder de empurrar caixas e ultrapassar fases amteriormente bloqueadas.


 Como você consegue elas? Derrotando os bosses do jogo, os anteriormente mencionados personagens favoritos da série, esses poderes todos são originalmente dos personagens da série, que te entregam assim que são derrotados. Existem outros desses espalhados pelas fases, mas são opcionais, normalmente servindo para deixar as fases mais fáceis ou ajudar nos Combined Powers, que é básicamente juntar dois desses poderes, ou até mesmo 5, para soltar um especial apelão, só que 30 vezes mais apelão que o normal!

 Esse sistema é muito gostoso (Pra não dizer: Tão bom que me lembra Aria of Sorrow), te dá um motivo de verdade de ir caçar eles, seja pra deixar o jogo mais fácil pra os que não gostam daquele desafio à mais ou pra aqueles que simplesmente querem ver a animação linda de KABOOM que esses poderes proporcionam, opção é a palavra chave e é sempre muito bem vindo.

 Os itens como magatama beads e as espadas por outro lado, são um grande regresso.


 Os itens nesse jogo são algo praticamente necessário ao longo do jogo, o HP dos inimigos aumentam, e o dano que eles tiram a cada golpe também, e para isso, é preciso coletar 4 desses magatamas para aumentar um pouco de sua barra de vida, tendo 20 desses itens no total. As espadas podem ser encontradas após derrotar certos chefes, mas exigem um backtracking grande, visto que se encontram em sua casa, o primeiro lugar do jogo. Sempre vi isso como um problema em Castlevanias e não é exceção aqui: Eu quero que a dificuldade venha pelos padrões mais apertados do inimigo e pela minha habilidade de desviar dele, e NÃO do mesmo inimigo agora tirar dano maior ou levar mais tempo para morrer.

 Esse tipo apelativo de te fazer se sentir bem ao jogar por muito pouco não se torna uma falha crítica no jogo, visto que muitos dos inimigos, apesar de terem vidas longas, AINDA sim tem um padrão dificil e apertado, que exige sua habilidade e reflexos de verdade para serem ultrapassados. E isso se destaca muito nos bosses.

 Os bosses desse jogo costumam ser os próprios personagens da série, e ao invés de serem tratados como seres com padrões que um boss normalmente teria, são tratados como outras pessoas jogando, o que os deixa mais imprevisíveis, e muito mais desafiadores de se desviar. Claro que ainda tem um ou dois bosses colossais com padrão certamente bobo, mas eles ainda te dão aquele medo inicial que te impede de pensar no padrão e sim se focar no "AI MEU DEUS ESSA COISA VAI ME MATAR" por um tempinho, é aquele balanço que eu esperava de um jogo desses, que por sorte foi um pouquinho mais pro lado que mais me diverte.

 Sobre os controles do jogo, são bem firmes quanto ao pulo e direção, mas tem um problema bem crítico que muuuitas vezes pode te fazer gritar de raiva...
 O Yoh escorrega.
 Muito.
 Como se toda fase fosse a de gelo.
 Não, sério... Não demora taanto para se acostumar, mas mesmo se acostumando, tem algumas fases mais apertadas onde esses deslizes simplesmente te forçam a jogar o videogame pra longe e gritar de raiva, simplesmente pelo trabalho tedioso de ter que subir novamente uma seção longa de escalada.
 Não quero fazer parecer tão grave quanto é, são 2 ou 3 fases que realmente te farão gritar de raiva e se perguntar por que diabos o Yoh decidiu passar manteiga no chinelo dele, mas de forma geral, é algo bem desapontante. Talvez tenha a ver com aquela dificuldade absurda da Konami, quem sabe!

Final Boss
Seção com spoilers! Se quiser evitar, pule para o próximo tópico!
 Então, finalmente derrotou todos os seus amigos e inimigos, coletou todas as páginas do livro e só falta derrotar o Magister, você sobe as terras de gelo, e chega cara a cara com o mesmo, e Magister finalmente revela seu passado e plano!

 Acontece que ele e sua família sempre foram Shamans muito poderosos, mas por querer evitar a guerra, nunca usaram os poderes e ficaram longe da população, querendo paz. Os outros Shamans, com medo de seu poder, decidiram matar toda a sua família, e por isso, ele decidiu chamar o mais poderoso dos guerreiros malignos pra vingar sua família! E agora cabe a você impedir ele de chamar esse monstro!

 A luta tem um quesito de puzzle bem divertido, os padrões são simples o suficiente, aquele tipo de simples que te faz ter certeza que logo logo vai ter uma segunda forma, vocês sabem. 
 E após derrotar o Magister, ele fala que finalmente conseguiu libertar Mephias, e em seguida... O Mephias trai e mata ele.

 E esse é o fim do arco do Magister.

... QUÊ?

 Ok, eu nem sequer conheci esse cara e já estou com dó dele. Sei que esses vilões estão sempre sendo traídos, mas o jogo nem deu tempo pro cara fingir ser o vilão final da história!

 Bom... De qualquer jeito, você é forçado a lutar contra Mephias e após uma derrota muito bem nivelada até (Se espera o pior desses final bosses), e após derrotar ele, você traz a paz ao mundo, e então todos podem voltar ao enredo que realmente acontece no mangá/anime e não essa coisa filler e sem graça!

 O final foi meio que amargo, não me senti exatamente satisfeito por toda a viagem que fiz, mas também não foi aquela coisa de proporções gigantes como subir o castelo do Dracula, então não posso reclamar muito. Não me satisfez, mas acho que eu deveria me focar mais na viagem do que no fim da mesma.

OST
 A trilha sonora desse jogo se destaca como sendo uma grande mistura de erros e acertos. Enquanto a música de boss e das primeiras fases são muito energéticas e divertidas, o resto do jogo costuma ter um tom mais melancólico que realmente me desapontou:
  
 É bem desapontante ter esse tom monótono pelo resto do jogo depois de uma música energética como essa! Por sorte a ação te mantém preso mesmo sem a animação da suposta trilha.

VeRedito:
 Apesar de ter falhas, esse jogo definitvamente não merece uma nota ruim, ESPECIALMENTE vindo de um jogo baseado em um anime não tão popular, mas acho que era de se esperar qualidade de uma empresa como a Konami.
 No geral, tive uma ótima sensação desse jogo, mesmo com o final amargo, me senti satisfeito da jornada, a trilha não me animou, mas o detalhe, a animação e o esforço e carinho colocado no level design e combinação de poderes defintivamente te carrega pelo jogo!

Nota: 7,5!
Até a próxima, pessoal!

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